terça-feira, 5 de junho de 2012

A maldição-A última carta.

Isso chegou a mim por meio de um amigo anônimo:


Em tempos idos, um mísero poeta, antes de suicidar-se escreveu esta carta, a qual pode ser interpretada também como um testamento ou mesmo um desabafo de uma alma aflita e sem esperanças. Segue um trecho:

" ... e doravante, vereis que aquele a quem fizestes vassalo e ínfima coisa e pertença, não mais assim será chamado. Chamar-me-hás senhor e amo vosso.
deixai-me agora partir sem delongas, das tuas entranhas fétidas e de tuas ações maléficas. Astuta! Mutilaras-me a alma inculta, forçando-me a amar-te por um tênue fio de esperanças tortas (...)
... e doravante, vereis teus rebentos nus e miseráveis pelo tanto que me feriste e pelas horas tantas que não me foste alento; verás teus rios em chamas e teus pastos secos. Assim, padecerás á fome e fogo. Tuas decrépitas carnes já não despertarão amores (...)
... e meu último grito se dará à tua porta. Desejarás morrer, mas não permitirei que vás sem a paga que tenho para ti. Guarda tuas lágrimas para ti. Vossa alma já é minha.
Teu desespero só aumentará a minha glória. Pois teus soluços me agora são mais deliciosos que teus beijos.
Sofri como cão; morro como cão. Amanhã renasço para a extrema glória, e tu serás meu maior escárnio.
Entrego-me aos braços da bela dama negra e sua foice. Parto com ela ansioso pela volta (...) "


Alguns dizem que ela é falsa. Eu digo que não há nada mais verdadeiro que o próprio sofrimento.
A verdade é que o poeta existiu, a carta também.
E o amigo que me passou esta história disse que há uma maldição para aqueles que a lerem tendo machucado o coração alheio.

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