terça-feira, 5 de junho de 2012

Histórias da minha infância- Meu avô II


Falar do meu avô é sempre um acontecimento memorável para mim. Lembrar seus feitos e atitudes é e sempre será para mim motivo de orgulho e alegria. Afinal, "saudade sim, tristeza nunca". Devo ter visto isso na camisa de um padre amigo meu.
Meu avô, certa vez disse ter estado tão perto de uma mãe d'água, que até tomou banho nas mesmas águas que a dita cuja.

Estava ele se preparando para dar sair do igarapé no qual se banhava, quando, já na margem, tomando suas roupas e toalha, ouviu algo cair na água. Voltando-se para trás no intuito de ver o que era, percebeu um vulto, que sob as águas esverdeadas, se movia contra a correnteza em direção à margem em que vovô estava. Percebendo ele que a "coisa" não saía para a superfície, aproximou-se da margem, e viu que o vulto negro ao atravessar a lente d'água para a superfície, desaparecia e apenas as pegadas e gotas d'água ficavam para trás deixando rastro. 
Imagino que ele deve ter exclamado um "desconjuro!" e saído dali sem mais alaridos.


Meu avô era um homem corajoso. "Só temia os castigos de Deus", como dizia minha avó. Acredito que a única herança que ele não me deixou foi sua coragem. 
Descanse em paz, bravo guerreiro.




Igor Furtado.

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