terça-feira, 29 de maio de 2012

A lenda do Negro Ataíde


Não dá para imaginar castigo pior. Na parte litorânea do Estado do Pará, que vai do Município de Vigia ao Município de Viseu percorre por lá a lenda do Ataíde, figura mítica, assustadora e protetora dos manguezais amazônicos. Ele é descrito como um ser monstruoso, com mais de dois metros de altura, de forma assemelhada com os seres humanos, porém todo feito ou coberto de lama com os órgãos genitais bastante avantajados, chegando a encostar ao chão, tamanho o seu comprimento. Dizem que quando ele caminha o seu instrumento de perversidade vai se lambando e deixando marcas pelo percurso.
Segundo diz a crença, ele não faz mal para aqueles que sobrevivem dos manguezais, extraindo o caranguejo de forma sustentável, entretanto para aqueles que não respeitam o soatá ou a andada (período de acasalamento da espécie, quando é proibida a extração do crustáceo), a sua vingança é terrível e brutal. Os desafetos do Ataíde são simplesmente estuprados, impiedosamente é claro que até hoje ninguém se orgulha de ter encontrado o tal fenômeno, mas muitos dizem que por pouco escaparam, porém em muitos casos as vítimas do Ataíde são levadas até a morte e encontradas penduradas nas árvores de mangues ou siriubeiras.
De acordo com inúmeros relatos, apesar do Ataíde ser uma figura oriunda dos manguezais, ele também poderá atacar pescadores que tapam igarapés com redes ou que colocam espinhel nos manguezais, além de investir contra ranchos que servem de abrigo para catadores de caranguejo, quando estes vão de baixada (passam dois ou três dias sem retornar para suas casas) ou para pescadores que se aventuram no mar a semana toda e retornam para suas residências somente nos finais de semana.
Vale ressaltar que não existe um bom senso sobre a fisionomia do Ataíde, uns até chegam a afirmar que seu corpo é coberto de pelos, outros comentam que ele anda de companhia com outro ser do sexo feminino e em alguns casos uns até o chamam de Sarambuí. Contudo o Ataíde é muito citado nas rodas de causos da população interiorana dessa parte da costa atlântica do Pará.
Fonte: Portal Quatipuru

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