terça-feira, 31 de julho de 2012

Robert Johnson



A vida de um dos maiores músicos do blues americano é marcada por eventos sinistros, datas e informações desconexas e muito misticísmo.
Robert Leroy Johnson nasceu de uma família de lavradores em Hazlehurst, no Mississipi. Até mesmo a data de seu nascimento é imprecisa, sendo que o ano mais aceito, 1911, está provavelmente errado. Alguns documentos escolares e certidões sugerem datas entre 1909 e 1912, mas nenhum deles cita o ano de 1911.
Trabalhou no campo até os 16 anos, quando resolveu largar sua pacata vida de lavrador para tocar gaita e violão. Desde então não parou de viajar, tocando em todos os lugares em que pudesse, principalmente na rua. Sua carreira profissional durou apenas dois anos (1936 a 1938) apenas tocando em prostíbulos e bares de baixa popularidade. Gravou apenas 29 músicas e não conseguiu nenhum reconhecimento comercial em vida. Porém, ganhou de seus companheiros músicos o título de "The King of the Delta Blues Singers". Suas músicas foram regravadas por diversos artistas como Red Hot Chilly Peppers, Eric Clapton e muitos outros, além de influenciar grandes nomes do blues, como Muddy Waters e Elmore James. Mas as histórias ligadas a Robert Johnson são tão misteriosas e surpreendentes quanto sua influência nos músicos atuais.
Uma das grandes lendas conta que Johnson teria vendido a alma ao demônio para obter o seu talento e a sua habilidade com o violão. Acredita-se que ele ficou a espera na encruzilhada das rodovias 61 e 49 em uma noite de lua nova (a lua do demônio) com seu violão na mão. A meia-noite, o diabo em forma de um homem apareceu para afinar seu instrumento. A partir daí, todos que ouvem suas músicas são encantados por ela. No supersticioso sul dos Estados Unidos do início do século, eram comuns os mitos demoníacos, e o tema fazia parte da tradição do blues. Suas músicas como "Me and the Devil Blues", "Hellhound on my Trail" e "Crossroad Blues" aumentaram as crenças na história, pois essas músicas tinham clara alusão ao diabo.
As atitudes de Robert Johnson ajudavam a espalhar sua fama de sinistro e adorador de forças ocultas. Uma delas era o seu hábito de tocar de costas para o público durante seus shows. As pessoas então diziam que ele fazia isto para esconder o olhar do diabo que surgia para auxiliá-lo. Outros sugeriam que ele tocava de costas para esconder os acordes que ele inventava sozinho e não queria que algum músico que estivesse na platéia o copiasse.
A data de seu óbito também é imprecisa. Supõe-se que seja no dia 16 de agosto de 1938. Existem diversas lendas sobre sua morte. Johnson bebeu whisky envenenado com estricnina, supostamente preparado pelo marido ciumento de uma de suas amantes. Ele veio a morrer três dias depois de envenenado, sofrendo terríveis dores no estômago durante todo esse tempo. Essa seria a razão de, antes de morrer, Johnson ter sido encontrado andando de quatro e uivando como um cachorro no corredor do quarto do hotel que ele estava. Há várias versões populares para sua morte: que haveria morrido envenenado pelo whisky, que haveria morrido de sífilis e que havia sido assassinado com arma de fogo. Mas seus colegas disseram que o prazo acabou, ra a hora de pagar sua dívida. Seu certificado de óbito cita apenas "No Doctor" (Sem Médico) como causa da morte.
Todas as histórias contadas sobre a vida desse grande músico são imprecisas, mas sua enorme colaboração para a música é certa.
Existem mais histórias envolvendo a vida e morte do artista, uma delas é chamada "clube dos 27". Desde Johnson, vários gênios musicais morreram na tenra idade dos 27. Brian Jones, membro fundador dos Rolling Stones, em 1969. No ano seguinte, foram levados Jimi Hendrix e Janis Joplin. Em 1971, foi a vez de Jim Morrison. Kurt Cobain se juntou ao Clube em 1994. Todos com 27 anos. Coincidência? Ou esses gênios musicais também estavam pagando seus débitos? 

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