Nibiru (também traduzido como Neberu ou Nebiru), este corpo celeste misterioso, é uma realidade nas manchetes
e na esfera do pensamento e da preocupação. Mas, a verdade
da sua existência e do que ela representa continua a ser algo
obscuro. Algo que transita entre o conhecimento científico
e mitologia antiga renascida na pós-modernidade, uma lenda cósmica.
Há milênios, muito antes do
escritor e filólogo de línguas mortas Zecharia Sitchin ter ressuscitado seu
mito, cada cultura da Terra tem se referido a ele com um nome diferente e
entendido sua natureza cosmológica de forma diferente, ora como um planeta, ora
como um enorme cometa.
- Quem é o Planeta X?
De acordo com a interpretação que
Sitchin faz da cosmologia suméria, haveria um planeta
desconhecido de nossa ciência que segue uma órbita elíptica e demorada,
passando pelo interior do Sistema Solar a cada 3.600 anos. Este planeta
chamar-se-ia Nibiru (associado ao deus Marduk na cosmologia babilônia).
Segundo Sitchin, Nibiru teria colidido catastroficamente com Tiamat, outro planeta hipotético,
localizado por Sitchin entre Marte e Júpiter. Esta colisão
supostamente teria formado o planeta Terra, o cinturão de asteroides,
e os cometas. Tiamat, conforme descrito no Enuma Elish, o épico da Criação mesopotâmico, é uma deusa. De
acordo com Sitchin, contudo, Tiamat era o que é agora conhecido como Terra.
Quando atingido por uma das duas luas do planeta Nibiru, Tiamat teria se
partido em dois. Numa segunda passagem, o próprio Nibiru teria atingido os
fragmentos e metade Tiamat tornar-se-ia o cinturão de asteroides. A segunda
metade, novamente atingida por uma das luas de Nibiru, seria empurrada para uma
nova órbita e tornar-se-ia o atual planeta Terra.
O cenário delineado por Sitchin, com Nibiru retornando
ao interior do Sistema Solar regularmente a cada 3.600 anos, implica numa
órbita com um eixo semi-principal de 235 unidades astronômicas, estendendo-se
do cinturão de asteróides até 12 vezes mais distante do Sol que Plutão.
- Os muitos nomes de
Nibiru
De fato, esse mítico astro tem
mais de uma dezena de nomes pelos quais foi mencionado e/ou profetizados em
textos que pertencem à literatura de variadas correntes de pensamento.
- Os cientistas chamam de 1. "Planeta X" ou, ainda ̶ 2. "10º Planeta".
- Para o sumérios, é 3. Nibiru.
- Entre Babilônios, 4. Marduk, o Rei dos Céus, o Grande Corpo
Celestial.
- Entre os egípcios
é 5.
Neteru, ou 6. Seth, ou 7. Apep (Apophis).
- 8. Estrela Baal, 9. Celestial Quetzalcoatl ou Tzoltze ek para os Maias.
- No texto bíblico aparece como 10. Ajenjo ou, como no Apocalipse (ou Livro das Revelações do apóstolo João), 11. Absinto.
- Os mórmons chamam 12. Kolob.
- Na Bíblia Kolbrin, é 13. O Destruidor.
- Os Espíritas, reconhecem nele o 14. Planeta "Chupão", purgatório ou purificador da Humanidade.
- Na cultura dos nativos
norte-americanos Hopi é 15. a Estrela Azul e Vermelha.
- Para os hebreus, na
Antiguidade, o 16. Globo Alado ou, o próprio 17. Yahweh
(Jeová).
- Para os Fenícios, 18. A grande
Fênix.
- Os gregos chamaram-no 19. Tiphon ou, ainda 20. Nêmesis.
- Na tradição chinesa é 20. Gung-gung, o
Grande Dragão Negro e Vermelho.
- Na profecia Ramala (Ramallah, profecias
de Qur'an ou dos Manuscritos do Mar Morto), é mencionado como o 21. Mensageiro
Ardente.
- Os Gnósticos chamam-no 22. Hercóbulos.
-
No Evangelho de Mateus (24: 15-16), é atribuída a Jesus a advertência:
“Quando virdes o (23.) abominável devastador, que foi predita
pelo profeta Daniel, posta no lugar santo – o que lê entenda – então os que se
acham na Judéia, fujam para os montes. Mateus. “(24: 15-16)
- Também Nostradamus, em suas profecias refere-se a este
visitante terrível: ele é o 24. O Grande Rei do Terror, O Monstro ou
O Novo Corpo Celeste, como, por exemplo, nas quadras abaixo:
“Quando o sol ficar completamente eclipsado;
O monstro será visto em pleno dia;
mas o interpretarão de outra forma.
Não serão tomados cuidados: ninguém irá prevê-lo.
(Nostradamus, cent. III, quadra 34 Apud WEOR)
A Lua, devido ao novo corpo celeste,
aproximar-se-á da Terra
e seu disco aparecerá 11 vezes maior que o Sol,
o que provocará grandes marés e inundações.”
(Nostradamus, cent. IV, 30 - idem)
- O Planeta dos Deuses
De acordo com os estudos de
Sitchin, as antigas placas cuneiformes sumérias descrevem Nibiru como sendo o
lar de uma raça extraterrestre humanóide e tecnologicamente avançada
chamada de Anunnaki (chamados
Nefilim da Bíblia). Ele afirma
que eles chegaram à Terra pela primeira vez aproximadamente 450.000 anos atrás,
em busca de minérios (especialmente ouro), descobertos e extraídos
na África.
Esses "deuses" eram os
militares e pesquisadores da expedição colonial de Nibiru ao planeta Terra. Assim,
os Anunnaki geraram o Homo
Sapiens através de engenharia genética para serem escravos e
trabalharem nas minas de ouro. Essa criação teria sido dada através do
cruzamento dos genes extraterrestres com os do Homo Erectus. Inscrições
antigas relatam inclusive que a civilização humana da Suméria foi estabelecida
sob a orientação dos "deuses", e a monarquia humana foi
instalada a fim de prover intermediários entre a humanidade e os Anunnaki.
- DNA de uma Deusa
Em agosto de 2002 o Museu
Britânico em Londres revelou caixas não abertas encontradas no porão do museu
da época de Woolley contendo esqueletos das Tumbas Reais de Ur de uma deusa
rainha, depois descoberta como Ninpuabi,
filha de NINSUN (anunnaki) + LUGALBANDA (semi-deus anunnaki), sendo
Irmã mais nova de Gilgamesh.
Procurando saber se haveria
planos para examinar DNA nesses ossos, Sitchin entrou em contato com o museu.
Educadamente foi informado de que não havia planos para tal. Através de
petições ao museu, o mesmo desejava fazer o mapeamento genético da deusa e
compará-lo ao humano, mostrando assim nosso parentesco extraterrestre. Por
muitos anos Sitchin tentou realizar o sequenciamento genético da “Deusa de Ur”,
sendo sempre negado, sem nenhuma explicação ou justificativa, até seu
falecimento em 2010. O projeto nunca foi retomado, por nenhum de seus
seguidores ou outrem.
- 12º Planeta
A perspectiva da "colisão
planetária" por Sitchin tem ligeira semelhança com uma teoria levada a
sério por astrônomos modernos - a teoria do impacto
gigante sobre a formação da Lua há cerca de 4,5 bilhões de anos por um
corpo chocando-se com a recém-formada Terra.
Como na tese anterior
de Immanuel Velikovsky em "Worlds in Collision", Sitchin afirma
ter achado evidências de antigos conhecimentos humanos sobre movimentos
celestes desgarrados em diversos relatos míticos. Estas teriam ocorrido
durante os primeiros estágios da formação planetária, mas entraram para o
relato mitológico através da raça extraterrestre que supostamente evoluiu em
Nibiru após estes choques.
Sitchin baseia seus argumentos em
suas interpretações pessoais de textos pré-nubianos e sumérios e no selo
VA 243. Ele afirma que estas civilizações antigas tinham conhecimento de um
décimo-segundo planeta.
-Um ciclo de destruição
É grande a variedade de denominações
e menções para um misterioso astro que periodicamente aproxima-se da Terra provocando
cataclismos naturais. Tal antiguidade das referências a esse mito, indicam, no
mínimo, que existe alguma verdade nos relatos, não acham?
À proximidade deste corpo celeste
é atribuída a força que desencadeia catástrofes globais que foram registradas
nas crônicas de muitos povos da Antiguidade. Entre estas, talvez as mais
conhecidas sejam as histórias dos Dilúvios, "destruição do Mundo"
pelas águas: o Mesopotâmico Gilgamesh e sua reprodução hebraica, o Dilúvio de
Noé.
Na “Antropogênese da Doutrina
Secreta” de H. P. Blavatsky, existem vários
trechos que falam desses desastres globais que mudam radicalmente a face Terra
alterando a configuração dos continentes (das terras emersas) e aniquilando
civilizações inteiras.
As informações que essa teósofa
reúne em sua obra fazem parte de tradições milenares, oriundas das mais
diversas culturas e nações do planeta. Em um desses trechos, Blavatsky reproduz
o quê denomina de Estância II ou Capítulo II dos Livros de Dzyan, falando de
uma época muito anterior ao surgimento da espécie humana:
“A roda girou por
trinta crores mais. Construiu rupas; pedras moles que
endureceram; pedras duras que amoleceram. O visível do invisível...
Pequenas vidas... Ela os sacudia de seu dorso... “ (BLAVATSKY, 2001 - p 67)
30 CRORES = 300 MILHÕES DE ANOS
RUPAS = FORMAS, CORPOS
PEDRAS MOLES QUE ENDURECERAM =
MINERAIS
PEDRAS DURAS QUE AMOLECERAM =
VEGETAIS
Blavatsky esclarece: Esta
parte refere-se a uma inclinação do eixo [da Terra] - e houve várias...
Outros autores referem-se ao mesmo episódio documentado em
registros da Antiguidade:
“Como outros povos da América Média, os Mexicanos pensavam que vários
mundos sucessivos tinham precedido o nosso. Cada um deles tinha-se desmoronado
em virtude de cataclismos durante os quais a humanidade perecera. ...”
Foi essa idéia que dominou o mito dos "Quatro
Sóis" do calendário cosmogônico, assim como as narrativas do Popol Vuh. Segundo o etnólogo Raphael
Girad, esta obra é o documento mais antigo da humanidade. É anterior ao Rig Veda e ao Zend Avesta, e afirma que nosso planeta já sofreu vários "fins
de mundo".
Um dos papiros papiros
Harris – (Egito) fala de um cataclismo cósmico através da água e do fogo
durante o qual o sul tornou-se norte, porque a Terra fez uma reviravolta. O papiro Ipuwer (Papiro de Ipuur ou Papyrus
Leiden I 344, Egito) indica, assim como o papiro Hermitage , esta inversão dos pólos.
- O Fim do Mundo?
Considerando que a geologia
comprova o fato de que a Terra já passou por várias convulsões que, para seus
habitantes, homens, plantas, animais, pareceram ser, realmente, o Fim de Tudo,
é inevitável admitir que tais fenômenos foram desencadeados por algum fator.
Algo causou e causa essas
revoluções telúricas periódicas. Se o eixo da Terra se inclina, necessariamente
uma influência extraterrena atua para que isso aconteça. Assim sendo, não
é absurdo supor que um evento cósmico é o catalisador desses fenômenos
devastadores.
A aproximação cíclica de um corpo celeste de dimensões significativas,
do ponto de vista da força gravitacional, cuja passagem ocorre
regularmente, sendo tais passagens intercaladas por longos intervalos de
tempo, milênios, isso ̶ seria mais que suficiente causar estes
míticos "Fins de Mundo".
- O que faremos, então?
É surpreendente que a 1º
civilização consolidada na história da humanidade tivesse conhecimento de todos
os planetas do Sistema Solar. Eles conheciam até mesmo os longínquos Netuno e
Plutão (só descobertos recentemente pelos astrônomos, devido ao aperfeiçoamento
dos telescópios modernos). Ora, se os Sumérios acertaram em todos os outros
planetas, por que não estariam certos sobre Nibiru?
Infelizmente, nada podemos fazer
a não ser monitorar o céu e torcer para que as interpretações estejam
equivocadas. Afinal, se um evento de magnitudes cósmicas como este for
confirmado, de nada adiantariam as lamentações.
Restará à espécie humana
reconhecer a insignificância de sua realidade e de seus corpos físicos, diante
da dinâmica do Universo. Só restaria reconhecer que o Universo não pode e não
vai deter as interações necessárias de suas forças em função do sofrimento que
isso pode causar aos habitantes deste ou daquele planeta.
Talvez seja tudo questão de
tempo, afinal o Universo tem suas próprias regras e mais cedo ou mais tarde a
Terra e tudo que nela vive serão destruídos de qualquer forma. Restando apenas
a memória de nossos feitos e o exemplo de nossas atitudes, tanto boas quanto
más. Vamos esperar, e torcer.
Henrique Guilherme Alves
Escritor e estudioso.
Dedicado ao culto de deidades gregas
Curioso a cerca dos grandes mistérios das antigas civilizações